05 . NOVEMBRO . 2019
A cenografia para a opereta A Viúva Alegre — que estreia na próxima semana — marca o primeiro trabalho de Zezinho e Turibio para o Theatro Municipal de São Paulo.
A montagem será encenada em português e fica em cartaz de 14 a 24 de novembro — em 10 récitas.

A temporada desse ano no Theatro Municipal de São Paulo se encerra com a divertidíssima opereta A Viúva Alegre — de Franz Lehár, libreto original de Viktor Léon e Leo Stein — em uma montagem inédita e exclusiva em português. Miguel Falabella, um dos artistas mais populares e ecléticos do país, assina a tradução, versão e direção cênica. A produção tem o maior número de récitas do ano.
O convite a Falabella partiu de Hugo Possolo — diretor artístico do Theatro Municipal — que, ao trazer um grande nome da televisão e do teatro brasileiro para dirigir A Viúva Alegre, quer aproximar novos públicos da ópera, em linha com o propósito de o Municipal ser um bem cultural acessível e democrático. ‘ A visão dele em trazer novas plateias ao Municipal tem muita sintonia com a nossa intenção de produzir uma obra de alcance popular. O nome ‘ Falabella’ pode despertar interesse em quem ainda não conhece o Theatro, e quem sabe essas pessoas passem a frequentar a casa. Sem contar que A Viúva Alegre é uma história que tem uma música de alta qualidade, é divertida, e será realizada em português. Isso já possibilita um alcance maior ‘ , explica Possolo.
A grande estreia de Miguel Falabella no Theatro Municipal de São Paulo será como diretor. Esta também é a primeira opereta/ópera da sua carreira. Ele, que é um artista de talento como ator, diretor, dramaturgo, cineasta e dublador, além de ser uma das personalidades brasileiras mais conhecidas do teatro e da televisão, também é fã de óperas, e já assistiu a diversas produções em suas viagens para o exterior. ‘Meu avô era italiano e, antes de falar, eu já ouvia ópera. Cresci ouvindo grandes nomes como Renata Tebaldi, Victoria de Los Angeles … O desejo de todos nós é ampliar a acessibilidade ao Theatro. Eu quero usar a minha imagem para popularizar e passar a mensagem, venham, o Theatro é nosso! Estou profundamente emocionado por trabalhar com pessoas que tenho o maior respeito do mundo’, arremata Falabella.
À frente da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo está o maestro assistente Alessandro Sangiorgi, que também assina a direção musical, e pontua: ‘A Viúva Alegre é considerada a primeira e a mais popular entre todas as operetas, e apresenta todas as características que se pode desejar em uma obra deste gênero: vivacidade e elegância, situações cômicas e românticas, além de danças que na época estavam na moda — Lehar faz uma operação musical impecável .’
O Coro Lírico Municipal de São Paulo será preparado pelo maestro titular Mário Zaccaro e pelo assistente Sergio Wernec. A cenografia é de Zezinho Santos e Turíbio Santos — Santos & Santos Arquitetura —, e os figurinos de Lígia Rocha e Marco Pacheco. O desenho de luz é de Guillermo Herrero, a coreografia, de Fernanda Chamma, e o visagismo é assinado por Dicko Lorenzo.
A Viúva Alegre | Podcast
A Viúva Alegre
A trama em três atos se passa em Paris, em 1905. O Barão Zeta, embaixador de Pontevedro — um pequeno reino fictício — oferece uma festa na embaixada parisiense para recepcionar Hannah Glawari, jovem, bela e rica viúva. O objetivo é evitar que ela se case com alguém que não seja do pequeno reino e assim manter a sua fortuna no próprio país, evitando a quebra das finanças locais.
No passado, Hannah teve uma decepção amorosa com o Conde Danilo, e acabou se casando com um milionário bem mais velho, que veio a falecer. Em um plano arquitetado pelo próprio barão, o Conde é convidado para a celebração, mas o antigo casal acaba se desentendendo.
Com a ajuda das esposas dos amigos do Barão — velhos militares e diplomatas pontevedrianos —, os vários pretendentes da viúva são desviados de seu foco. O objetivo é provocar a reconciliação de Hannah com o Conde Danilo, e para isso as ‘esposas exemplares’ flertam com os jovens rapazes num divertido jogo de sedução, deixando o caminho livre para o reencontro dos dois amantes que, ao final, fazem as pazes.
Cenário fovista
Os três atos da opereta se passam em festas — o primeiro, na embaixada parisiense do pequeno Pontevedro, o segundo, no jardim da residência da viúva e o terceiro, no salão de baile da mesma casa. O conceito de Zezinho e Turibio, ao lado de Falabella, se baseia Fauvismo — assim como a opereta, o movimento artístico surgiu no início do século 20 e foi considerado ‘menor’. A Viúva chegou a ser considerada obscena em suas primeiras semanas, e o Fauvismo, uma ‘arte boba, selvagem’. Anos depois, a produção teatral se tornou um sucesso, e atualmente ninguém mais desmerece os artistas fauvistas.
O Fauvismo ganha formas, na cenografia, através de uma parede florida e extremamente colorida, com mais de 50.000 flores artificiais, que deve provocar deslumbre e impacto no público, preenchendo a cena durante toda a opereta. ‘ A parede florida é o elemento que une os três atos. Além dela, apenas poucos e marcante elementos cênicos para indicar onde os personagens estão, se na embaixada, no jardim ou no salão de baile da viúva ‘ , explica Zezinho Santos, que, ao lado de Turíbio Santos, realiza o seu primeiro trabalho para o Theatro Municipal de São Paulo.
‘ É um espetáculo popular, não popularesco. É divertido, engraçado. Vou fazer uma viúva fauvista, com uma paleta de cores que é uma explosão. A plateia vai ficar encantada porque o impacto visual é realmente muito grande. É uma noite divertida no Theatro ‘ , afirma Falabella. O movimento fauvista exaltou o colorido intenso e vibrante em suas pinturas.
Figurinos
Quem também faz sua estreia no Municipal é a figurinista Lígia Rocha, que assina a criação das peças em parceria com Marco Pacheco. Igualmente influenciadas pelo Fauvismo, as roupas terão cores intensas — e, como a obra se passa na primeira década do século 20 e em festas, as mulheres usarão vestidos com volumes na parte de trás, além de decotes, cinturas bem marcadas, rendas, brilhos e tiaras. As mangas também serão destaque. Os homens estarão com trajes mais convencionais e realistas, em sua maioria na cor preta, mas alguns adereços ganharão contornos fauvistas, a exemplo das medalhas.
Elenco
A montagem apresenta dois elencos. No papel da viúva alegre se revezam as sopranos Camila Titinger e Marianna Lima. Como o aristocrata e bon-vivant Conde Danilo, Rodrigo Esteves e Daniel Germano. O ator e barítono Sandro Christopher e o baixo Saulo Javan interpretam o pomposo Barão Mirko Zeta. A soprano Lina Mendes, que também está em cartaz com o musical O Fantasma da Ópera, vai dar vida — ao lado de Amanda Souza — à Valenciana, esposa do Barão Mirko Zeta. Os tenores Anibal Mancini e Luciano Botelho serão o ardente francês Camillo — Conde de Rosillon —, que é apaixonado por Valenciana. Ainda na produção, Adriano Tunes é Njégus e Johnny França é o Visconde de Cascada. Caio Duran faz o papel de Raul de St. Brioche, e David Marcondes, o de Bogdanowitsch. Edna D’Oliveira aparece como Silvia, Márcio Marangon vive Kromow e Andreia Souza sobe ao palco como Olga.
A Viúva Alegre no Theatro Municipal de São Paulo
Novembro | datas e horários das récitas
Quinta-feira, 14, às 20:00
Sexta-feira, 15, às 20:00
Sábado, 16, às 20:00
Domingo, 17, às 18:00 — récita a preço único R$ 20,00
Terça-feira, 19, às 20:00
Quarta-feira, 20, às 20:00
Quinta-feira, 21, às 20:00
Sexta-feira, 22, às 20:00
Sábado, 23, às 20:00
Domingo, 24, às 18:00 — récita com audiodescrição e a preço único de R$ 20,00
Local: Sala de Espetáculos, Theatro Municipal de São Paulo
Endereço: Praça Ramos de Azevedo, s/n
Ingressos: R$ 20 | R$ 80 | R$ 120 — para as récitas dos dias 17 e 24, os ingressos terão preço único de R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) para todos os setores, e a venda será exclusiva na bilheteria do Theatro, a partir das 12:00 no dia do espetáculo
Vendas: pelo site theatromunicipal.org.br ou na bilheteria do Theatro Municipal
Horário de funcionamento da bilheteria: de segunda a sexta-feira, das 10:00 às 19:00, e sábados e domingos, das 10:00 às 17:00
Formas de pagamento: dinheiro e cartões de débito e crédito
Duração aproximada: 2 horas e 30 minutos
Classificação indicativa: livre
Capacidade: 1500 lugares
Acessibilidade: sim
Ficha técnica
Franz Lehár
Libreto original — Viktor Léon e Leo Stein
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
Coro Lírico Municipal de São Paulo
Alessandro Sangiorgi — direção musical e regência
Miguel Falabella — tradução, versão e direção cênica
Zezinho e Turibio Santos — cenografia
Lígia Rocha & Marco Pacheco — figurinos
Guillermo Herrero — desenho de luz
Dicko Lorenzo — visagismo
Fernanda Chamma — coreografia
Elenco:
Hannah Glawari
Camila Titinger — dias 14, 16, 19, 21, 23
Marianna Lima — dias 15, 17, 20, 22, 24
Conde Danilo
Rodrigo Esteves — dias 14, 16, 19, 21, 23
Daniel Germano — dias 15, 17, 20, 22, 24
Barão Zeta
Sandro Christopher — dias 14, 16, 19, 21, 23
Saulo Javan — dias 15, 17, 20, 22, 24
Valenciana
Lina Mendes — dias 14, 15, 19, 21, 23
Amanda Souza — dias 16, 17, 20, 22, 24
Camilo de Rossillion
Anibal Mancini — dias 14, 16, 19, 21, 23
Luciano Botelho — dias 15, 17, 20, 22, 24
Njégus — Adriano Tunes | ator
Visconde Cascada — Jonnhy França | barítono
Raul de St. Brioche — Caio Duran | tenor
Bogdanowitsch — David Marcondes | barítono
Silvia — Edna D’Oliveira | soprano
Kromow — Marcio Marangon | barítono
Olga — Andreia Souza | mezzo soprano
Grisetes
Lolo — Mari Saraiva
Dodo — Hellen de Castro
Jou-Jou — Carol Isolani
Frou-Frou — Nay Fernandes
Clo-Clo — Luana Zehnun
Margot — Vanessa Costa
Bailarinos
André Gomes
André Luiz Odin
Daniel Caldini
Davi Tostes
Rodolfo Saraiva
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